Lua cheia em Leão

Nota chave: “Eu sou Esse e Esse sou Eu”

Neste mês de agosto, o Festival da Lua Cheia tem lugar no signo de Leão. Portanto, Leão qualifica o fluxo de energia que vem do nosso centro solar, o Sol, e condiciona o tipo de energia que podemos receber e distribuir durante a meditação.

No Festival do mês passado, a energia de Câncer influenciou a consciência coletiva da humanidade, estimulando a tendência para a autoconsciência. Em Leão, o indivíduo torna-se plenamente auto-consciente, auto-perceptivo e auto-serviente até que, através da experiência e do crescimento, surge a tendência para a consciência grupal, que vem substituir o egocentrismo. Este desenvolvimento sempre é devido a uma crescente sensibilidade e à influência da alma. Em Leão, o discípulo torna-se crescentemente consciente do ser superior, da alma, característica do descentralizado servidor mundial.

Quando tomamos conhecimento de quais forças se encontram disponíveis e de quais são seus efeitos sobre a consciência humana, podemos trabalhar com inteligência e amor para ajudar a estabelecer esses efeitos mediante a exata orientação de nossa meditação. Nosso trabalho oculto com esse tipo de energia cria a cruz de braços iguais, símbolo de discípulo e do servidor na nova era de Aquário. À medida que abrimos nosso canal de alinhamento, a penetração vertical na consciência deve equilibrar-se com a transmissão horizontal de energia, de acordo com o tema e objetivo do nosso trabalho. Esse necessário equilíbrio também depende da forma em que vivemos nossas vidas diárias. Dito de outra forma, o trabalho subjetivo deve seguir totalmente paralelo à sua aplicação objetiva.

Em cada Festival de Lua Cheia a energia disponível durante a meditação estimula a alma humana de uma forma particular. O efeito da energia específica de Leão é conduzir o indivíduo – consciente de si mesmo – para a alma consciente do grupo. Só a alma tem consciência grupal. Só a alma pode transformar as atitudes egoístas e separatistas da mente e do coração. Só a alma pode conhecer o Plano divino em toda sua beleza. E só a alma pode inspirar a mente humana com esse conhecimento.

Leão apresenta uma relação singular com o Sol, o coração de nosso sistema planetário. O alinhamento planetário e sistemático estabelecido durante este Festival é um alinhamento entre coração/alma. Entre o coração da humanidade e o coração do planeta. A Hierarquia espiritual e o coração do Sol criam o canal que se estende até Sírio, a grande “Estrela da Iniciação” do universo. Sírio tem uma relação única com nosso planeta Terra e, de Sírio, a energia de amor puro flui através do centro solar para o coração planetário.

Estabelecido durante o período da Lua Cheia de Leão, este alinhamento evoca os princípios cósmicos de Amor e Liberdade, fluindo ambos ao nosso campo de percepção através de Sírio e Leão.

Estes dois princípios estão exercendo um impacto crescente sobre a consciência humana, afetando todos os aspectos da vida. O resultado do nosso esforço por trabalhar com estas energias, e de colaborar com a Hierarquia espiritual do planeta, será a crescente manifestação na humanidade do princípio do Amor e da libertação da vida humana das ataduras do materialismo e de tudo quanto tende a aprisionar o espírito humano.

Enquanto alma, o discípulo pode responder ao chamado lançado àqueles que buscam servir ao Plano, durante esta época de crise na história humana, o chamado que um conhecido Instrutor colocou nas seguintes palavras: “Que todos aqueles que buscam ajudar considerem cuidadosamente o que podem fazer e qual contribuição podem dar. Que estabeleçam, depois da devida reflexão, aquilo que podem sacrificar e de que forma podem submergir sua personalidade, normalmente egoísta, nesse grande impulso dado pela Hierarquia ao novo grupo de servidores do mundo, aos homens e mulheres de boa vontade de todo o mundo.” As barreiras que separam cada pessoa das outras pessoas e cada nação das outras nações devem desaparecer. O Espírito da Paz pode tornar-se tão poderoso que os ajustes necessários se realizem natural e suavemente. A iluminação das mentes humanas e a renovada organização dos seus esforços em busca de uma irmandade planetária podem ser ainda mais estimuladas, visando uma nova e maior atividade.

A nota chave do discípulo em Leão é: “Eu sou Esse e Esse sou Eu”. Eu sou a alma, a relação entre o aspecto divino da humanidade e a forma material (a personalidade sobre o plano físico).

Através de uma repetida experiência sob a influência de Leão, o discípulo pode certamente dizer: “Eu sou a alma. Como alma sirvo aos propósitos do Plano. Como alma sou a consciência do Cristo interno. Como alma posso tocar o centro solar, fonte de vida, amor e luz. Como alma posso transmitir essas potências e tocar outras almas. Como alma posso elevar, redimir e transformar de acordo com o Plano”.

Desse modo, meditamos ao ritmo da “alma da humanidade”, porque a alma é o tema sensível do Plano Divino, a fonte de consciência e a meta de todos os processos evolutivos atuais.

Tudo quanto é, é criado pela meditação. O desejo, fundindo-se em pensamento fugaz, converte-se em pensamento claro e, eventualmente, em pensamento abstrato e transcendente. Uma prolongada concentração sobre uma forma converte-se, eventualmente, em meditação sobre aquilo que não é parte da natureza da forma, passando para a contemplação, que é a fonte de inspiração e de iluminação.

A meditação produz um alinhamento criativo entre o instinto, o intelecto e a intuição. Em uma unidade indissolúvel, relaciona a chamada mente inferior ou concreta, à mente grupal, à mente hierárquica e à mente universal. A meditação conduz a um alinhamento consciente dos centros do discípulo com os três centros planetários: a Humanidade, a Hierarquia e Shamballa. A meditação é de natureza fusionante, invocativa, exigente, receptiva e distributiva. Para o discípulo, a meditação é o agente que cria ou constrói o antakarana, controlando – “via alma ou a tríade espiritual” – o centro entre as sobrancelhas que, no discípulo, é o principal agente para a distribuição da energia espiritual.

Na meditação, ocupamos nosso lugar no centro da cruz de braços iguais, em alinhamento com a corrente de energia que nos está disponível neste Festival. O caminho vertical de luz é nossa linha de intenção espiritual, nossa intenção vital. O caminho horizontal é a extensão do nosso serviço. O centro é o ponto de tensão onde os dois caminhos se fundem, se mesclam, e de onde o trabalho avança. Nesse ponto o discípulo pode afirmar:

Sou um ponto de luz dentro de uma Luz maior.
Sou um fio de energia amorosa,
Na corrente de Amor divino.
Sou um ponto do Fogo sacrificial,
Focalizado na ardente Vontade de Deus.
E assim permaneço.

Sou um caminho pelo qual os homens podem alcançar a realização.
Sou uma fonte de força que lhes permite permanecer.
Sou um feixe de luz que ilumina seu caminho.
E assim permaneço.

E permanecendo assim, revolvo.
E trilho desse modo os caminhos dos homens,
E conheço os caminhos de Deus.
E assim permaneço.